terça-feira, 3 de agosto de 2010

Epopeia


(Wassily Kandinsky)


grilos soam
silêncios
em sítios

grilos saltam
silêncios
em sinos

árias alagadas
têmporas
afloradas

entre as folhagens
do passo,
as fértis esperas

áreas alteradas
têmperas
arvoradas

entre as falanges
do pasto,
as febres das eras

(Cris de Souza)

28 comentários:

brain em braille ,poesia contra o tempo disse...

como uma praga te desfolho aos
verdes que me rega...vc é fenomenal!
Parabéns Cris

Úrsula Avner disse...

Olá querida,

Li e reli, pois esse poema é daqueles que precisamos ruminar... Perfeito ! Bj com carinho,

Úrsula

leila saads disse...

Lindo, lindo!
Você brinca com as palavras com naturalidade e ritmo, quem sabe um dia eu não possa também!
Adorei o blog, quando tiver mais tempo visito com calma.
Essas telas são suas?


:***

Unknown disse...

Esses grilos são homéricos...

Só teu sentido apurado pra dar vida
a cada sina. Rendida ao teu canto, aqui sempre estou.

Beijos.

Unknown disse...

Deixo-te aqui, o poema do Quintana, que sei que tu amas...
(Reflexo dos seus versos)

O grilo procura
no escuro
o mais puro diamante perdido.

O grilo
com as suas frágeis britadeiras de vidro
perfura

as implacáveis solidões noturnas.

E se o que tanto busca só existe
em tua limpida loucura

-que importa?-

isso
exatamente isso
é o teu diamante mais puro!

(Quintana)

Unknown disse...

o estrilado ecoou na correnteza do vento,

beijo

Léo Santos disse...

Poema perfeito o teu, a qualidade das palavras, até parece que foram compradas - que loucura eu disse agora -, parece que tu comprou as palavras, que elas não vieram de graça a tua mente, de tão perfeitas, simétricas e alinhadas que estão... Coisa mais linda do mundo!

Um abraço!

Canteiro Pessoal disse...

Cris, um arraso!

Abraços

Priscila Cáliga

Anônimo disse...

Assolam a áspera
Alma de Adão e Era.

Anônimo disse...

Ler cada poema seu é saltar num abismo escuro, e as letras vão se acendendo, florescendo o caminho da queda que torna-nos leves, até levitarmos.

Beijos.

José Carlos Brandão disse...

Muito bom, Cris. Um poema de grande sensibilidade.
Beijos.

Batom e poesias disse...

Rítmo e som...
As palavras dançam, e dá vontade de dançar junto.

bj
Rossana

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Cris, não entendo nada de teoria poética, não sei te falar das formas, mas, sei apenas que teus versos me levam a admirar muitas coisas da vida, teu jogo de palavras me encantam.
Lindo os versos, linda a tela!
bjs

Paulo Jorge Dumaresq disse...

Cris, não sou de grandes divagações nem navegações,
mas sei reconhecer o belo em um poema ou um poema belo.
Caso do seu "Epopeia".

O final é de arrepiar:

"entre as falanges
do pasto,
as febres das eras"

AFF! Estupendo!

Ótimos versos, felicidades e bjins.

byTONHO disse...



Épico!

Grande Cris de Za!

Do verbo Zar:
Eu Sou
Tu Za
...

Arrepiou de bom Cris!

Be:)o° ← gelado!

Anônimo disse...

Lindo
lindo
lindo
Aqui
tem
poeta
de
verdade!
bjossssssssss

Valéria lima disse...

Belo, porque conjuga os melhores atributos de um grande poema: leveza, simplicidade, poesia.

BeijooO*

Ivan Bueno disse...

Oi, Cris.
Adorei o poema e as imagens. É um "poema-imagem", e concordo com o que a Ursula comentou: não é um poema de se ler uma única vez, mas muitas para ir assimilando as imagens e seus sentidos. Muitas leituras. Muito bom.
Beijo grande,

Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com

Domingos Barroso disse...

O seu entusiasmo
(entrelaces de pele e alma)
com as palavras
além de lançar sons
há sempre imagens
vivas (muitas vezes)
ocultas que se desnudam
quando nos debruçamos mais atentos.

Carinhoso beijo.

Jeferson Cardoso disse...

Que habilidade tem em brincar com as palavras, seu poema tem muita sonoridade, é gostoso de ler e reler.
Abraços.
Jefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com

Lídia Borges disse...

Como se as palavras dançassem ao som de uma música invisível...

Lindo!

Rico Salles disse...

Há um dúbio sentimento ao ler-te, a alegria de ver tão bela reunião de palavras e a alerta de saber que tenho ainda tenho tanto a aprender. Bj!

Jorge Pimenta disse...

as imagens que recrias têm uma luxúria fonética e semântica tal que quase nos convidam à faina campestre, lá onde a canção da terra embala os sentidos. é esta verdadeira odisseia sensorial, nos silvos mecânicos de um trem que soa como poucos, nas planícies de cris-tal!
um beijinho, doce amiga!

Al Reiffer disse...

Maravilhoso, em vida, em força, em imagens... Parabéns! Abraços!

Machado de Carlos disse...

Um Limiar entre, Céu, Terra e Mar.

aluisio martinns disse...

tuas palavras passeiam lindamente como sementes em campos amplos...
bom...
abs

Paulo Rogério disse...

Quando a ideia e a realidade se condensam!
Beijo!

Valeria Soares disse...

Adorei o blog. Sua poesia é linda!