sexta-feira, 6 de junho de 2008

Inunda-me


Ah, sinto tua fragrância...

Indício orvalhado que exalta-me manhosa....
A mansidão não subsiste a interpérie sentimental, que engendra-me tempestuosa à flutuar contigo no infinito azul.
Quando fito teus olhinhos acobreados, que pulsam como pérolas translúcidas, sinto-me intimamente agregada a ti, e do teu riso, que critaliza tanto contentamento.
Teu cheiro abrange-me, encarece meu ser, embriagando-me a entrenhar-me profunda, no misterioso mar que banha-nos prateado.
És alga salgada que adere-se docemente em meu oceano, que navegas alumiando meu universo.
És maresia em bálsamo, âncora no aconchego da minh’ alma.
A bússola naufragou-se, e a concha fendeu-se entre espumosas ondas.

Meu menino, meu intruso, meu marujo.
Vem me inundar...


(Cris de Souza)

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