sábado, 7 de junho de 2008

Novena mundana - O Início

I

Num impulso que vocifera-me como ventura, cedo em desatino,quando devo repudiar sentimentos que escondem raios solares,que pela fresta daquela pedra, deveriam acender os hilos das sementes deste poema,para brotarem num córrego florido, diluindo a essência que arqueia em hesitante paisagística.

II

Pela fresta aberta à marreta e caneta dos poetas, luzes e águas regam a festa de androceus, gineceus e versos.Folhagens saúdam as palavras que florescem vibrantes, polinizando letras no caule,enraizado de misteriosa tinta que derrama sobre papeis em branco: Poesias e Partituras.Reinaugurando a Arte, onde só havia um deserto de almas.

III

Entre notas e rotas imensuráveis, desmascaram-se anelos, ocultos desígnios,perfurando o íntimo do arvoredo ser, jorrando hemoglobina e clorofila pelas veias e nervurasexpostas na carne e no cerne, metabolizando utopias e quimeras.Vísceras metamórficas transmutam-se entre glóbulos líricos, onde miraculosos grãos diáfanos pairam bolhas frêmitas.

(Cris de Souza & Dionísio OnO)

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