sábado, 7 de junho de 2008

Novena mundana - O Meio


IV

Dialogando com o sol em dialeto fotossintético, traduzindo a seiva que brota bruta no solo,em verdes, flores, dores, sorrisos, diamantes e sal.Têmporas cânticas abrolham placidamente, disseminando cristais nutridos de vozes,que encandeiam ventosas por entre pálpebras frutíferas.

V

Deve haver um porquê dos ventos semearem ilhas minguantesque no flagelo do degelo de mares distantes, dizem sim ao fim.De sinos conspirarem oceânicos no transbordar cheio das noites enluaradas,que na entoada da levada ondulada, badalam não ao vão.

VI

Ilhas apagar-se-ão no degelo de montanhas longínquas, que se desnudarão de seus mantos brancos,e vestirão verdes novos, estampados de flores e bordados de borboletas e pássaros.E das entranhas do útero do planeta, magmas expelirão de vulcões abissais, elevando e levando lavasque esculpirão continentes, que abrigarão seres, coisas, deuses e mistérios.

(Cris de Souza & Dionísio OnO)

Nenhum comentário: