domingo, 17 de janeiro de 2010

Do descompasso

Desafina o compasso do passo. No vácuo. No lapso. No impacto. Periga os pilares, a fúria do eco, entre tropeços perplexos. Dispara o alarde nas cavidades submersas, impressas de réstias. Desvia os sentidos nos becos temidos. Sem tinta. Sem sigla. Sem siga. Propaga a chegada das favas, diante atrasos seculares tão agudos frente aos muros dos andares. Escolta gemidos e um certo zumbido dormente, de gente que enfrenta o vazio. O grave pernoita nas curvas da fuga, às custas do rastro que acusa. Sem ave. Sem base. Sem chave. Por ironia - da vida ou da via – só se encontra justamente onde partia.

(Cris de Souza)

21 comentários:

Fabio Rocha disse...

Estamos sempre onde partimos, talvez. Belo texto!

Lia disse...

Falou por mim \o/
Saudade desse trem
Bj

Felipe Rey disse...

és disciplinada na rima até quando se trato do âmbito da prosa . estou gostando muito dessa tua nova viagem . um livro com esse estilo seria bastante interessante . . . reflita sobre isso , Cris . . . . . . .. . .

Mateus Araujo disse...

Coomo vc consegue? ashushshahsahusa

beiijoo

João A. Quadrado disse...

[onde terreno fértil recebe semente palavra fértil, faz o mundo de conta que não quer escutar; toma o coração o seu lugar!]

um imenso abraço, Cris


Leonardo B.

Monique Rosa Brasil disse...

Eu quero mais é sair de onde parti.
Mas eu sempre volto para casa.(literalmente)

Tatá R. da S. disse...

As vezes na partida vamos de encontro com o muro.
Belo, mamis.
=*

Machado de Carlos disse...

À Amiga Querida

Alma boa, que bom vê-la nesta vida!
... Passei horas contemplando o horizonte,
Com a aresta de anil, toquei tua fronte:
No álbum do Céu... estás nesta lida!

Sou um grão de areia, alma querida,
No morro reflito as águas da fonte:
— Como és feliz na cor verdejante;
És força nesta labuta incontida!

Abro os braços ao teu carrossel,
Certo de que tens os ares do Céu,
O Onipresente cantará teus versos!

Multidões aplaudem teu coração,
E eu te abraço com bela canção
Das luzes do Grandioso Universo!

Machado de Carlos

Unknown disse...

Dedos afiadíssimos, como de costume.

Bela, bela e bela!

malu disse...

Como sempre, linduuuuuuuuuuuu
Sou tua fã, tu sabes!!
Parabéns por este maravilhoso dom de encantar com as palavras

Unknown disse...

Se for para viver parado, prefiro não viver...
Beijos e tenha uma ótima semana!

Fred Matos disse...

Ótimo texto.
Beijos

flaviopettinichiarte disse...

como sempre teus textos pintam abstatos de uma intensidade impar!! caledoiscopio de sensações e nuances textuais!! parabens!! e muito obrigado por fazer eu acreditar ( ainda) quee vale a pena ainda escrever e ler !!bjs!!

Inês disse...

Oi!
Passei por aqui e gostei da poesia!
Um beijo!

Paulo Vitor Cruz, ele mesmo disse...

o ritmo do descompasso me dá vontade de dançar...

*me concede está dança?

abs+ão.

Cássio D. Versus disse...

Uma delícia agridoce..

Daniel Senos disse...

Talvez a solução para o descompasso esteja mesmo na origgem... Belo texto e belíssimo trabalho no blog, parabéns!

Ígor Andrade disse...

Que doido!
Me achei e me perdi...
Abraço, Cris!

Machado de Carlos disse...

Amor Imortal


Meus olhos te seguem na noite escura!
O tempo é adverso, por enquanto...
Teu nome rima no harmonioso canto!
Tenho teu corpo etéreo, e tua alma pura.


Em silêncio ouço tua voz de ternura,
Tenho teu perfume no meu recanto,
Eu sei que tu sabes: - como te amo!
Cultivo este amor na minha loucura.


Soa o meu aplauso nesta longa distância!...
Curto teus passos vestidos de dança,
Transformo em real tudo o que está escrito.


Tua veste de rodas é só canção!
Cada nota segue o teu coração...
... e o balé ruma para o infinito!...

Machado de Carlos

Publicado no Recanto das Letras em 16/07/2008
Código do texto: T1082541

Priscila Rôde disse...

"só se encontra justamente onde partia."

Estamos sempre por lá..


Um espetáculo.
Preciso de um livro teu! rs

Um beijo no coração,
de uma Fã!

Patrícia Lara disse...

Oi Cris...

Mais uma vez, vc nos presenteia com uma belíssima preciosidade em versos e ritmos que são só seus.

Grandiosa é a sua capacidade para por em palavras, sentimentos.

Beijos e parabéns querida!

Patrícia Lara