(Gustav Klimt)
ainda amarga o gole
vertendo nas crostas
teores fartos
(parecem-me pétreos)
ainda alarga o golpe
varando nas costas
tumores fátuos
(parecem-me perpétuos)
sobra-me a estranheza
pungindo as linhas do vão
diante tantas rugas
sobra-me a estreiteza
punindo as vinhas da visão
diante tantas fugas
(Cris de Souza)
29 comentários:
Fuga para o infinito
Em sí maldito?
Gostei demais.
Abraços e fique bem!
gosto desses versos secos.
bjs
Tu és bruxa ou maga...
Nas tuas mãos, qualquer ossada vira cristal.
Beijos encantados.
“ Fez das tripas a primeira lira, que animou todos os sons... “
Musical, prenhe de imagens tétricas, soturnas... belo! Seu espaço cá é arte ele todo: plano de fundo, letras do título, imagem casando com poesia... sempre bom vir cá ;)
como sempre a faca desgarrando o gestual da noite ..quase sem desangrar..quase sem temor de matar a essencia sem dor..só poesia!
No fim do horizonte existe alguém. Vejo este alguém através das letras. A alma está no etéreo.
Imagens bem densas. Aprecio muito esse paralelismo rítmico que você cria, repetindo estruturas, e explorando até analogias nas rimas internas. Faz o poema uno, justo, sóbrio e contundente. Muito bom.
Beijo.
Belo e contundente!
Abraços, minha cara.
Ouvi dizer uma vez que cada um sente um texto conforme a sua necessidade e o seu momento. Na realidade não sei explicar esse meu momento... Só sei te dizer que senti cada palavra dentro de mim e que tais palavras ecoam num sentimento sem sentido. Confusa, talvez perdida, mas feliz por estar viva e por saber ainda ser capaz de sentir.
BeijooO*
pétreos, perpétuos, pungindo, punindo
beijo
Bela Poesia Cris, e linda escolha de Gustav Klimt.
Amo as telas dele, inclusive 'O Beijo'.
Perfeito,
bjs
A sua personalidade poética me move, seu jogo de palavras é sempre riquíssimo, poetisa.
Quero te agradecer pelo comentário no meu blog e no blog do Marcelo sobre a minha entrevista. Fico feliz que tenha lido, obrigada pela força de sempre, viu?
Beijos!
Oi minha linda,
cada vez que " te leio" mais me encanto com seu estilo poético apurado, impecável e sua sensibilidade tocante... Belo poema ! Bjs,
Úrsula
Muito cuidada a procura da palavra certa para o lugar certo o que resulta numa escrita plena de conteúdo.
L.B.
este texto parte das ossadas do corpo para a evasão inteira do ser - verdadeira odisseia existencial. há imagens escuras que apontam à luz de uma redenção pós-apocalíptica.
um beijo, maquinista do mais belo trem da blogosfera!
Poema tatuado de eterno.
Junta-se à sua lavra riquíssima.
Bjs, poetisa.
Lindo! Parabéns por tudo que dizes nas quatorze linhas desse soneto de versos perfeitos.
Um abraço!
Cris, tu tens uma afinidade
com as palavras...
Ao te ler,
percebo a magia das sílabas
em uma alma sensível:
a tua.
Carinhoso beijo.
sobra-me tbm a certeza de q vc faz uma falta tremenda, chica.. apareça p teclar!
besitos.
osteoversos compondo o corpo poético.
bjs!
Maravilhosos versos, belíssima imagem...
parabéns
abraço
Fantástico, Chris, o paralelismo de sons com o jogo de significados é algo louvável. Parabéns!
Na geometria do traço de Klimt, a poesia perfumada na sombra da palavra!
BeijOOO
AL
muitas vezes, o que passou demora se a esquecer, como a imagem da ossada, o resto do que foi um corpo, a nos atormentar a lembrança. a nos fazer sentir que somos enfim a saudade do que fomos.
O exício de uma paixão sem o intervalo necessário para a saudade torna-se um sofrimento dantesco...
Beijo!
Nossa você consegue escolher as imagens exatas pras palavras.
Oi, Cris querida!
Amiga, ando sumidinha por conta de viagens a trabalho... mas logo voltarei!
Passei para desejar uma semana recheada de coisas boas!
Um beijo grande!
Má
Deslumbro-me.
Sempre aqui.
Sinto sua falta.
Tempos que não apareço, eu sei.
Espero que não esteja chateada comigo.
Beijos, amo-te.
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