sábado, 4 de dezembro de 2010

Miríade

(maria valentina)

são mais de mil
as lâminas que espreitam
na varanda dos olhos.

debruço-me
sobre o horizonte breve do livro

[o poema nunca escolhe a mão:
Deus, homem, poeta ou demónio?]

a única queda que aceito?
a água no seu leito.

são mais de mil
as flâmulas que espelham
na voragem dos olhos.

debulho-me
sobre o horizonte bardo do livro

[o poema nunca encolhe a mão:
ateu, bicho, poeta ou anjo?]

a única veda que aceito?
a alma no seu peito.


(Cris de Souza & Jorge Pimenta)


(lhasa de sela, rising)

24 comentários:

Jorge Pimenta disse...

são miráides de lâminas e chamas a escorrer, nuas, pelo verso. é que as mãos ainda sabem sangrar, as mãos não podem esquecer-se de arder.
um beijo com cris.tal e pimenta!

Jorge Pimenta disse...

ups, miríades :)

Pólen Radioativo disse...

(Sinto o gosto doce e cítrico do que escreves
E gozo quando a poesia penetra na carne.
...)

Cris, acabei de declarar meu amor a vocês dois lá no Viagens... E aqui declaro-o novamente:

Sinto-me (assim como na imagem) toda olhos, minha linda, pois é com todo o corpo (e alma) que os tenho perto de mim sempre que os leio.

Infinitos beijos de pólen...

Unknown disse...

são mais de mil,, mil e uma que é número infinito e circular,


beijo

Valeria Soares disse...

Muito bom!!!!!!!!

Zélia Guardiano disse...

Querida Cris
Já me encantei lá no blog do Jorge e agora encanto-me aqui...
Mais do que lindíssima esta obra de vocês!
Bravo!
Abraços aos dois

Unknown disse...

Que linda letra!
Gostaria de ser assim, impor as águas que desejo navegar.
Beijos...

Betha Mendes disse...

os olhos, as mãos, as lâminas... e o poeta a cavar o mundo! lindo, Cris!

bj

Betha

JB disse...

Um olhar com míriades de leituras...
... pelas mãos dos que se debruçam nas palavras e que nelas nos oferecem um leito profundo...
... pelas vozes dos que se debruçam nos silêncios e que neles nos oferecem os "diálogos" mais sentidos...

E este foi mais um "diálogo" que feito poema foi escolhido pela vossa extraordinária forma de escrever!

Parabéns, a ambos!
beijinho

Daniela Delias disse...

Vocês dois, hein? Só nasce beleza...
Bjinhos!

Andrea de Godoy Neto disse...

Cris, a parceria de vocês é sempre uma lindeza :)

beijos

Sueli Maia (Mai) disse...

Alumbramento é esse infinito, quando o poema irrompe e escorre das mãos do poeta.

Disse ao Jorge e repetirei:
Uma bela parceria

abraços

Anônimo disse...

Uma conjugação dos dois que adorei!!!
Uma união de peito aberto em que um coração, uno...bate forte!!!!
Jorge e Cris...Parabéns!!!
São únicos!!! Continuem assim a deliciar-nos!!!
Abraço e beijo
afonso rocha

* regozija-te Jorge. Inventaste uma nova palavra: miráide.
Até gosto!!!

Anônimo disse...

Cris,

"a alma no seu peito" belo

significativo de um sentir destituído de amarras

beijo e abraço a vós

José Carlos Brandão disse...

miríade de sensações
nesse leito de águas
de um dilúvio
de poesia.

(o resto não tem muito mais importância)

Beijos.

Úrsula Avner disse...

Oi linda, simplesmente belo, simplesmente poesia... Seu versejar está cada vez mais apurado e belo, num lirismo de tirar o fôlego... Bjs,

Úrsula

Anônimo disse...

Acabei de sair extasiada do blog do Jorge e venho aqui para lhe dizer que amei! Vcs dois juntos transformam poesia em algo palpável, incrível!

Beijo.

poetaeusou . . . disse...

*

um Poema Miríade,
(Miríade, grande,
imenso, infinito,
parabens !
,
conchinhas,
,
*

Ricardo Valente disse...

tem coisas simples complicadas e complicadas simples... e tem pessoas. simples!

José María Souza Costa disse...

Um poema belissimo em um blog deslumbrante e avassalador. Estou cá lhe convidando a visitar o meu blog, e se possivel seguirmos juntos por eles. Estarei grato esperando por voce lá
Abraços de verdade.

Vais disse...

Olá Cris,
como deixei lá no Viajens...
Belíssimo!

Pura magia de olhos, mãos, gerando palavras que inundam nossas vistas de sentires.

Ó só:

"a única queda que aceito?
a água no seu leito."

"a única veda que aceito?
a alma no seu peito."

beijo e grata pela visita

Machado de Carlos disse...

Mesmo distante o sabor chega ao gosto de mel.

Anônimo disse...

Aqui me perco, me rendo, me inclino!

Vale sempre muito a pena fugir de tudo para vir inclinar-me um pouco neste teu horizonte aberto!

O vídeo completa o desfecho!

Grata por tanta beleza.

Bessa disse...

"A varanda dos olhos" é construção poética de antologia. Curvo-me a este teu grande talento, poetisa.

Meu abraço, minha admiração.

André