terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Viagem

(henri matisse, joie de vivre)


no dia em que te der as mãos
e toda a minha certeza
a casa não será apenas a pedra que nos aquece.
dar-te-ei os livros e as recordações
e todos os mapas do meu corpo
onde a geografia
seja apenas bicicleta em viagem pelo mundo

e tu todas as cidades
e todas as estradas
e todos os telhados
que saberei percorrer
nas rodas dos lábios
e no guiador dos prazeres
[sempre sem travões].

no dia em que te der as mãos
todas as embarcações serão o porto.

no dia que te der as mãos
e toda minha clareza
a casa não será apenas a pena que nos aparece.
dar-te-ei os lírios e as revelações
e todos os meios do meu corpo
onde a grafologia
seja apenas borboleta em viagem pelo mundo

e tu todas as paisagens
e todas as floradas
e todos os terrenos
que sentirei percorrer
nas rosas dos lábios
e no gerador dos prazeres
[sempre sem trovões].

no dia em que te der as mãos
todas as expedições serão o gozo.

(Cris de Souza & Jorge Pimenta)


(Madredeus, ao longe o mar)

35 comentários:

Domingos Barroso disse...

vocês me emocionam
sempre que me enlaçam
com os versos eternos

(que pulam da alma
de Cris de Souza
que se derramam pela alma
de Jorge Pimenta)

abraço forte,
meu irmão

beijo carinhoso,
menina.

Jorge Pimenta disse...

ao longe o mar. o seu eco escuta-se à distância da viagem.
sempre peregrino da tua poesia.
abraços, cris-a-tal!

Zélia Guardiano disse...

Maravilha, Cris!
Versos que me emocionaram muito...
Bravo!
Parabéns a você e ao Jorge!
Beijo

Sílvia Ribeiro disse...

Depois de passar pelo "Viagens" fiquei devendo um comentário por aqui, pois que fiquei sentida e portuguesa...

bj

Canteiro Pessoal disse...

Cris e Jorge,

mas as mãos no dia em que der com razão de águas profundas, que convidante a saltar e do salto trêmulo se consegue atravessar o além do corpo. Das certezas entre lírios e revelações em que o seio e as minúcias são o gozo, sempre ariscadas ante um vale, e das cidades de estradas rigorosas onde o amor é escrito com lençol uno pela fragrância em pena do andares –do quarto o uso do verbo. Sobre os pratos e as taças as leituras vastas, e do riso que fala ponte, num olhar de águia. A brotar na viagem de bicicleta pétalas coloridas, pela geografia as formas curvas que se aumentam, ao todo da beleza crescida e madura. Os lábios nas bordas do morango, com ar de passeios pausados a dizer metáforas – doce acariciar da ponta dos dedos. Os gestos e exclamações, embarcações como porto pelas manhãs exalando o paladar reencontrado das correspondências seladas, ante os vaga-lumes que osculam e não põem gelos, prostra as linhas na copa fronte crepúsculo leitoso no sol enluarado, com borboletear das paisagens e cada gota em sobremesa; beber intenso de leite sob a via láctea – a dança do chapéu florido.

Ps.: Belíssimo! Uma inspiração, que conduz a vossa leitora por delírios, com íntimo secreto, sementes em brotos.

Abraços

Priscila Cáliga

Tania regina Contreiras disse...

Cris e Jorge, quando vocês se dão as mãos, abraçam o mundo! Simplesmente maravilhoso o que constroem juntos. Amei!!!
beijos,

Anônimo disse...

Brilhante. Parabéns!

Anônimo disse...

Lindo!

Anônimo disse...

Ah, minha dupla favorita!
Vcs são lindos demais juntos, e separados tbm, claro! rs.

Adoro o brilho de vcs!

Beijo.

Cida disse...

Embriagador, em todos os sentidos :)

Parabéns à essa dupla fantástica.

Por favor, não soltem as mãos!

Beijosssssssss

Cid@

Unknown disse...

outro alumbramento, aliás essas almas juntas desconcertam


abraço Jorge
beijo Cris

Moisés de Carvalho disse...

Maravilhosa Criação!

Emocionante , Inesquecível...

Parabéns aos dois Pela Bela Obra !

Beijo Cris !

José Carlos Brandão disse...

Que bela viagem!
O mundo é pequeno
para duas almas
unidas numa só.
Tudo vale a pena
para duas almas
que se fizeram uma
e se tornaram tão grandes
no mar doce e salgado
da vida, do amor, do sonho.

Beijos.

Daniela Delias disse...

Quando vocês estão de mãos dadas....a gente do lado de cá fica sem palavras! Bjos, linda!

Bessa disse...

Um belíssimo poema urdido por um dueto que, poeticamente, se completa como as duas asas de uma mesma borboleta.

Meus aplausos aos dois! Bravo!

André

OutrosEncantos disse...

Olá!

"venho" do Jorge, de cujos caminhos me fiz também "peregrina"...
permite-me que permaneça também por aqui!
fascinante o vosso poemar e o encontro das vossa mãos.
beijo.

Pâmela Grassi disse...

Cris,

Venho aqui partilhar um novo blog que fiz, para divulgar um pouco da arte que minhas mãos tecem!

http://cirandalavrandeira.blogspot.com/

Beijos!

Canteiro Pessoal disse...

Cris, boquiaberta cá estou, pois o enredo do que li e reli com belo projeto à quatro mãos, causara-me reverência, e por adentrar nas entranhas que falam e ignoro, proveniente a razão que permito estar no pódio.

Abraços

Priscila Cáliga

Unknown disse...

Belíssimo, havia esquecido-me a qual viagem podemos fazer por estar unido a alguém.
Beijos

Anônimo disse...

Cris e Jorge

poema de viagem, na vagagem o amor e os seus condimentos celestes, belo poema

beijo
abraço

Lê Fernands disse...

como eu disse ao jorge: além casca.

Runa disse...

Bela esta Viagem, pelo encanto dos vossos versos. Parabéns aos dois.

Abraço

Runa

Sônia Brandão disse...

Mãos unidas dando novo sabor à vida.

bjs

JB disse...

Cris,

Esta é, sem dúvida, uma poesia que, mesmo não sabendo quando esse dia possa chegar, já plantou a semente de uma expedição a dois, que floriu por terra, mar e ar... Chegou aqui, certamente trazida pelo esvoaçar de uma borboleta :)), e poisou nas janelas dos meus olhos (que não mais serão apenas órgãos para ver), e poisou à flor da pele (que não mais será a capa que veste meu corpo), e poisou na fonte do meu coração (que será sempre o lugar onde saceio a sede da poesia...)...

Escassas serão as minhas palavras para vos transmitir o que senti ao realizar esta viagem... não há mesmo limites no que se pode partilhar "no dia em que te der as mãos"...

A vossa poesia é além-poesia! É mesmo um "gozo", "sem travões" ler-vos... quando dois poetas dão as mãos, de corpo e alma!

É simplesmente uma viagem alucinante!

Parabéns!

Beijinhos

Marcantonio disse...

Dos poemas que eu pude ler da inspirada parceria de vocês, este me parece o mais belo. As mãos dadas vinculam nos corpos o longe e o perto, numa viagem que pode introverter todas as paisagens. Essas embarcações-porto nessas expedições-gozo.

Beijo, Cris.

Wania disse...

Cris e Jorge

Parceria afinada pelas mãos da sensibilidade... Belísssima!!!
Toca a Alma e arrepia a pele!


Navego neste mar ao som de Madredeus e tenho como horizonte a tela de Matisse... quem precisa de mais!


Bjs nos dois

A.S. disse...

Cris,

Tão deliciosas expedições ao alcance das mãos!...

Beijos!
AL

Machado de Carlos disse...

Viajamos pela madrugada, ausentes, há sonhos; acordamos!

Vais disse...

Saudações Cris,
de mãos em sintonia, em maravilhosa sincronia, você e o Jorge constroem esta belezura de declaração de derreter
beijinhos, moça Cris.tal

Vanessa Souza disse...

Sempre à espera deste porto ilusório e prometido.

http://vemcaluisa.blogspot.com/

Valeria Soares disse...

Perfeito! ou melhor: mais que perfeito!

Batom e poesias disse...

Que viagem!

Acho tão generosos os poetas que partilham versos!

Abençoados.
bjs

Rossana

Ricardo Valente disse...

Baita clip! Estive lá... li. Gostei! Aqui, lindos versos e aquela sensação de que valorizamos mais o outro, que a nós próprios. Mas nada a ver, cada caso um caso e se escreve por prazer e as histórias são bonitas, reais ou não, deixam um pouco do autor.
Beijo!

Fé Fraga disse...

Que maravilha de poema.
Andei um pouco sumida, mas smepre q venho por aqui me encanto com suas palavras.
Lindo:

"no dia que te der as mãos
e toda minha clareza
a casa não será apenas a pena que nos aparece.
dar-te-ei os lírios e as revelações"
Bjo.
Fé Fraga.
http://mefaltaumepedacoteu.blogspot.com

Lobo Poeta disse...

Nem uma trovoadinha de nada?