terça-feira, 15 de maio de 2012

Três poemas a folhear






















(Foto: Um outono para ouvir/Cris de Souza)



Ensaio entre o outono


já é outro dia
dizia o olhar        
ao anoitecer
em contrasenso       

já é outro dia
dizia o olhar  
ao acontecer   
em contratempo

por ser o olhar          
frenético
cujo o monumento
patético
era o seduzir do nó

por ser o olhar     
fonético
cujo o movimento
poético
era o sacudir do pó  


Sombreado

solidão-
grão
que germina

como erva
-daninha

na multidão
da entrelinha       


Berrante

olho de boi
no pasto:
passo ao lado
do mau-olhado



(Cris de Souza)

11 comentários:

Unknown disse...

entre o outono, sombreado e berrante, desfolho-me: como se pétalas fossem folheadas ao vento,



beijo

Unknown disse...

O último poema teve uma sacada sensacional!

Parabéns!

Joelma B. disse...

a multidão da entrelinha... gostei disto!!

Beijinho, moça poeta!

Ira Buscacio disse...

Que o pó seja sacudido, então, nos movimentos diários da sempre poesia.
Teus poemas me acordam os sentidos.
bj imenso

marlene edir severino disse...

Sintonizo o outono!
(de cinzas aqui)

Beijo, Cris!

cirandeira disse...

Folheio esses olhares retiro o pó e da solidão faço um berrante que
a poeta lindamente nos ofereceu!

beijos, Cris!

Tania regina Contreiras disse...

Meu olhar outonal acolheu versos e imagens, Cris! Tão eu! :-)

Beijos

Anônimo disse...

O olhar estático, enquanto a paisagem move-se.

Adorei os poemas, principalmente o primeiro.

Beijo.

Bessa disse...

Gosto muito da sua lira, Cris, e não é de hoje.

O segundo poemeto, "Sombreado", é de antologia.

Parabéns, poetisa. Um grande abraço.

Jorge Pimenta disse...

outonos a sacudir o pó enquanto a multidão germina de pé; tudo isto nas linhas das entrelinhas das nossas estações.

beijos, lira sempre encantada!

Daniela Delias disse...

Saio daqui dançando...adoro o teu ritmo!

Bjo