sexta-feira, 6 de julho de 2012

Três poemas transfigurados





Verve


a voz se transfigura
da finura
dalgum sopro
em um tonar que instiga
a releitura do corpo

[ou deve ser arrojo
de acordar a loucura?

a voz se transfigura
da fissura
dalgum sono
em um tonar que intriga
a reabertura do corpo

[ou deve ser arrojo
de adornar a lonjura?


Poemática


a poesia
está na veia
de quem  
tem fome

a poesia
está na ceia
de quem 
tem pronome

a poesia
está na teia
de quem
nem conte       

qual quer
que seja
o codinome?



Poeminha alado


Jo aninha
o verso
nas asas

da rima
que vaga:

voa palavra!


(Cris de Souza)

15 comentários:

Anônimo disse...

O poema para a Jô tem a face poética dela. Muito bom!

A poesia está em quem a vive. Ou só sobrevive com ela.

E também adorei o outro delicado poema.

Beijo.

Joelma B. disse...

Verve:
o que chamo de transfiguração é releitura do que me acomete... e o que, às vezes, concretizo na forma do texto que leio. Claro que genialidade é impossível de transfigurar, mas eu sou atrevida e faço assim mesmo!! É bem isso que revelas nestes versos!

Poemática:
A poesia na verdade intensifica a sensação de fome! me impulsiona na busca pelo alimento. Necessidade mesmo! E me valho de máscaras, sim, porque a voz é visceralmente múltipla... não luto contra isso nem me envergonho em dizer!

Poeminha alado:
A leveza é o que almejo através da poesia... e a sensação de leveza muito se dá quando não me percebo só, por estar cercada de vozes que me chegam. A interação, a que um poema me leva, é essencial pra mim! A palavra voa e vou junto!


Foste tão certeira em teu arranjo lírico, que me emocionaste muito...não só pela sensibilidade em captar a trama de minha voz, mas também pela demonstração de respeito pelo que escrevo.


Pensei em desabafar aqui, mas não devo... o momento é da poesia.

Obrigada, minha amiga! A emoção só aumenta!



p.s: comentei sem um pingo de ironia ou zombaria, viste?! Sei ser séria quando devo! Tens meu respeito e minha admiração, Cristigresesfinge!

Beijinho cafona!

Luiza Maciel Nogueira disse...

A força desse poema é incrívelmente um ser em ascenção pela palavra, pelo dom de expressar a luz (a poesia) - Nossa poeta Joelma

beijos nas duas

Kelli Olmo disse...

Louca, absoluta e necessária!!!
Beijosssssssssss.

Kelli Olmo disse...

Este trem é uma viagem!!!!!!

Unknown disse...

que beleza, transfigurado cá estou eu, e pasmo contemplo



beijos

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Três lindas melodias, tocadas em verdadeira sintonia.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Anônimo disse...

Joaninha mesmo - sobre as nervuras todas da poeta!

Barbara.

Batom e poesias disse...

Cada vagão mais bonito que o outro.
"Arrojo de adornar a lonjura..."

bjcas
Rossana

byTONHO disse...



Três figuras transfiguradas...

Jo Aninha... um achado!

TRI legal!

Obrigado pela visita lá no po--tica!

Abraço-tchê apertado!

:o)

Daniela Delias disse...

Demais quando um poeta lê o outro desse jeito, Cris...
Que boniteza!
Bjinhos, moça amada.

João Luis Calliari Poesias disse...

Tão bem sinto-me aqui...bj.

João Luis Calliari Poesias disse...

Tão bem sinto-me aqui...bj.

João Luis Calliari Poesias disse...

Tão bem sinto-me aqui....(3X)
Não canso de repetir

Fanzine Episódio Cultural disse...

Heróis sem quadrinhos

Em suas páginas agimos como meninos
Abrindo a grande cortina de recordações
Para viver cenas em preto e branco.

Das tiras de jornais
Mocinhos e bandidos
Tornaram-se heróis e vilões.
Como éramos felizes
E não sabíamos!
Como é triste hoje enxergamos
O vazio do amanhã!

Aí vem o Roy Rogers galopando,
Buck Jones e Tom Mix ali acenam
Final feliz ou incógnito?
A resposta ficou nas lágrimas
De uma donzela.

Nossos heróis se foram
Deixando-nos apenas saudade.
Levaram consigo a certeza
De que homens nos tornaríamos.

Crescemos num mundo concreto
Real, carnívoro, traiçoeiro,
Mísero de valores culturais
Abastado de líderes sem valores.

Os heróis de ontem não têm mais quadrinhos,
Nem espaço nas recordações,
Mas enquanto existir a criança de ontem
Continuarão aventurando-se em nossos corações.
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*Agamenon Troyan, poeta mineiro é autor do livro (O Anjo e a Tempestade)