quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Impasse


por qual tablado
cabe pisar
para oculto livrar ?

pra qual lado
chave virar
para vulto encarar ?

já não sei como ir
muito menos
por que ficar
sem teto polir

já não sei como abrir
muito menos
por que fendar
sem nexo porvir

(Cris de Souza)

11 comentários:

lord jafa disse...

realmente é um impasse até nas frases do poema. é psicodélico e surrealista.

malu disse...

Realmente, verdadeiro!
Incontidas vezes estes impasses nos acompanham!
Belo!!!
Amo todos poemas
Maria lucia

Beco70 disse...

E como num impasse da mágica
todos os destroços foram feitos
porta batida a martelo
os veios sangrando impotentes

Dúvida é prego fincado
calosidades ruidosas
vultuando as noites perenes
ofuscando destino da gente

Pega essa chave, ô moça
gira pro lado contrário
entra de vez nessa sina
o interruptor é ao lado

Mas não quebre o espelho
não há mágica que cure
maldição popular de anos
só encare o que houver

Se vazio for
ou imensidão nebulosa
coloque a cartola
desfaça esse mal entendido

**lugullar**

Tatá R. da S. disse...

É esse impasse que nos mantém no lugar, estáticos, paralisados. Por isso que a dúvida sempre é pior que qualquer certeza e verdade.
Lindo, mamis!

Machado de Carlos disse...

Um forma magistral de narrar um pensamento de forma

Henrique disse...

eu não sei, mas vejo seus poemas com um quê filosófico agora. vejo mais expressão doque estética... parece que vc psicografa esses poemas...

beijos e parabéns

Carlos Vital disse...

Provocou-me uma inquietude.
Adoro! Como todos os outros poemas.
Tens o "quê" a mais.
Beijos... Tal Cristal.

Vinícius Remer disse...

Suas poesias são(quase) todas cheias de perguntas.
Muitas devem dizer de você
E para quê serve as poesias?!
Falam até demais
Beijos do seu eterno, companheiro e fiel amigo

Ulisses José Da Silva disse...

Impasse:

ESSa nossa procura, eu me acho em poemas, e com os teus me encontro neles, essa procura . . .

Atilano Ayres de Moura disse...

Impasse


Chave virada,
porta aberta,
para qual lado
se deve pisar?

Não sei como ir
nem posso ficar.
me vai e me vem,
só para incomodar.

Ar, ar, ar

mas que pobreza
esta rima de ar.
Não sei se fui eu
ou que ficou lá.

Atilano
re-leitura de 'Impase'
(Cris de Souza)

Cesar Maia disse...

Tens razão:quase sempre não sabemos...mas que graça haveria em saber?