Sinto que me provoca, com sua lábia me enrosca nas tocaias da encosta. Numa maresia que faz a vista embarcar, a voz se elevar no ilustre abismo - entre sussurros e suspiros- onde me atiro pra respirar. Tua prosa traz a tona a poesia, dos versos insones dos dias. Sinto que me desloca, com teus absurdos me cubro – límpida insensatez – vestindo a nudez do descuido. Inunda meu ser, salta ilha no escuro, remando meus desejos mais profundos. Beira alvoroço dos pés ao pescoço, que clamam por teu bote, teu toque, teu gosto. Sinto que me evoca, num gozo delirante, onde rezam os navegantes de lábios meliantes, sob as bênçãos dos deuses despudorados. Entre conchas benzidas por tintas inflamadas, das pérolas cobiçadas. Sinto a lira. Sinto a mira. Sinto a ira. Que me prende em tuas redes, de sedas rasgadas, deitando malícia nas cavas. Por ti, me vejo molhar e me cego a sorrir- meu íntimo netuno revira. Fio tão humano, que cruza as entranhas do oceano que me dispara. Mergulho no êxtase dos meus instintos mais primitivos, toda vez que nessas ondas te pinto. Entre o risco e o riso, gozo do estranho olhar que retoca todo esse mar que recito. Sinto saudade da água que vibra no encaixe, no cais perfaz o embarque de cada areia, cada parte, cada arte que te cabe. E nesse horizonte de surto - sem ao menos naufragar, por nós eu assino o percurso.
(Cris de Souza)
14 comentários:
Senti saudades de uma ardente paixão quando li "Sentires".
Parabéns Cris!!!
Beijos
Oi Cris, texto poético repleto de lindas metáforas... Bj com carinho.
Senti saudades daqui...
Bjs.
Nossa, eu fico besta com estas coisas que você escreve.
Este está esplêndido! Cada palavra perfeitamente no seu lugar, como se surgissem todas juntas, encaixadas.
Lindo demais, cara.
Beijos minha artista.
O texto tem qualidade boa e bom gosto.
(LÊ-se, ele é legal)
:P
bjs
Ela chama-se Amor!
´´Aquece-me com a tua mocidade´´
Olavo Bilac
Quando caminhava a passos sem cor;
A solidão era um beco sem saída.
Via a Luz! Lá estava o Show da minha vida!
... e ela veio toda vestida de amor!
Das chagas hodiernas, esqueci a dor;
A prova não estava vencida;
Ela veio, deu luz à rotina... à lida!...
... e a existência mostrou o seu valor!...
A luta impôs seu dedo em riste,
Tornei-me fraco e de mente triste
... e ela chegou com o seu coração!
Ela é a Lua, a Estrela e até o meu Sol
— Ela chegou!... (Fez-se luz do arrebol!),
Sua voz soou aos cantos como canção!...
Carlos,
Meu conselho: não te negues... caia com vontade nesse poço de sentidos e beba até matar toda sede.
Ahahaha... coragem, tens de sobra !
Lindoooo !!
Amei, como sempre. Beijo !
Impressionante!!!
Sinto que poeta como você, ainda está pra nascer.
E mais:
Só bem tu me faz. Amo tudo que vem de ti.
Feliz pq. vc. veio. Seguiremos juntos. Obrigado!
Cris Querida, que texto magnífico!
Li uma,duas, três vezes...
Você transborda e entorna sentimentos quando escreve..
Lhe digo o mesmo que "escutei" essa semana em um dos meus comentários:
"Você não escreve,
você faz amor com as palavras!"
Belissimo!
Um beijo e bom dia!
pois é, indan havia passado por aqui... veja só... acabei me esquecendo mesmo... assumo a culpa descaradamente... (n sei como faço essas coisas... sorry...)
bem, qto ao texto, eu achei ele mto excitante e excitado... (sabe aquelas coisas q te fazem arregar o olho e se ajeitar na cadeira?... foi assim...)... me deu e me tirou a inspiração aqui ao mesmo tempo... risas...
*apareça entonces amanhã...
besos, chica.
Eu não conheço o amor, mas minha mente sim.
Leitura prazerosa, vertiginosa. Grandes imagens vestindo as emoções.
"Fio tão humano, que cruza as entranhas do oceano que me dispara."
Cris, agradeço suas palavras por lá, e vou deixando por aqui os meus sinceros votos de um Natal repleto de alegrias.
Bjs e inté!
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