a minha cabeça desprende-se
da espessura do corpo.
é tão-somente trono de madeira tosca
com os braços abandonados
à montanha emudecida,
como se já não vivesse na casa sem luz
ou se esquecesse da matéria corrupta.
a minha cabeça desentende-se
da estação do corpo.
é tão-somente outono de pedreira fosca
com os bagaços arvorados
à castanha endurecida,
como se já não vingasse na terra da cruz
ou se encontrasse de maneira abrupta.
na explosão da matéria
o jardim ergue a boca
para estrelas sem céu
em busca do beijo com os lábios da rosa.
na exposição da artéria
o carmim vergue a porta
para flores sem mel
em busca do rumo com os dentes da sobra.
(Cris de Souza & Jorge Pimenta)
da espessura do corpo.
é tão-somente trono de madeira tosca
com os braços abandonados
à montanha emudecida,
como se já não vivesse na casa sem luz
ou se esquecesse da matéria corrupta.
a minha cabeça desentende-se
da estação do corpo.
é tão-somente outono de pedreira fosca
com os bagaços arvorados
à castanha endurecida,
como se já não vingasse na terra da cruz
ou se encontrasse de maneira abrupta.
na explosão da matéria
o jardim ergue a boca
para estrelas sem céu
em busca do beijo com os lábios da rosa.
na exposição da artéria
o carmim vergue a porta
para flores sem mel
em busca do rumo com os dentes da sobra.
(Cris de Souza & Jorge Pimenta)
30 comentários:
a poesia faz sentido quando lida por olhos plurais, ainda que seja eminentemente um exercício individual tanto daquele que a escreve, como do que a lê (porque um e outro a vive[ra]m). quando ela acontece a duas mãos mas com uma só voz, mesmo que à distância do oceano, torna-se ainda mais especial: du(r)as penas vertendo a mesma tinta... encarnada como o sangue que lhe dá o tom!
adorei o exercício, querida cris!
um beijo!
lindo, fantástico...não és nunca diferente disto! Amei a dupla!
Uoooooooooooowwwwwwwwwwwww
Que lindo os caminhos que convergem aqui. Jorge é de ponta. E você, flor, não há o que dizer - de tanto.
Beijo enorme nos dois.
Lindo demais!
Cris e Jorge, duas estrelas de primeira grandeza!!!
Beijos
Obrigado pela visita ao meu blog. Sua presente é sempre encantadora!
Indizível!... Metáforas ao relento!...
Que dueto divino...
Vozes numa mesma frequência, plena sintonia!
Não é qualquer um, que consegue acompanhar a dona da lira...
eu ia comentar so o visual do blog, mais esse poema e forte! e diria e um poema com sede! da uma impressão que a alma que escreveu esta com sede de vida parabens bj do gordo
OI Cris, amei a nova "cara " do blog... Gotículas de água que me remetem a gotas de poesia. Sempre aprendo algo e me deleito quando passo por aqui... Mais um texto expressivo com lindas imagens poéticas. Bj grande.
não conhecia essa parceria, versos a quatro mãos, que maravilha,
abraços
p.s.gracias pelo dito lá no mileum
Aprendi a desconhecer os poetas pra me deixar embrenhar SÒ na palavra, e por quase nem te conhecer e muito menos o Jorge, este poema fez em mim uma ferida de imagens difícil de fechar.
Realmente um Bom trabalho com uma assinatura dual como poucas, parabéns para a dupla e muito obrigado por fazer Eu acreditar ainda na arte da palavra!!
Flavio Pettinichi
Contornos novos por aqui... inovar é preciso, todo dia é dia de ousar e mudar.
Como sempre, surpreendes-me.
Lindo !!
Um poema de tocar a flor da alma. Comentei lá no blog do Jorge, ficou muito linda essa união poética de vcs, parabéns!
Beijos.
Muito bonito, o texto. É um texto complexo (não sei se seria esta a palavra pra expressar o que quero dizer) no sentido de se escrever, ainda mais por duas pessoas. Isto que vocês produziram não é pra todos. Dois crânios atuantes, só poderia dar este resultado, que foi esplêndido. Não lembro de ter visto uma sintonia igual pra um texto diferente. Parabéns, Cris e J. Pimenta. Formaram uma ótima dupla.
Cris, adorei o design do seu blog. Nota máxima. Um beijo.
Cris, vim conhecer o outro par de mãos que deu cria a um poema tão perturbador. Dupla e tanto..
bj.
"em busca do beijo com os lábios da rosa"
Uma viagem profunda!
Cris, já deixei meu comentário lá no blog do Jorge, mas passei por aqui prá te deixar os parabéns.
Afinal, tudo foi feito a du(r)as penas, não é?...:)
Um beijo, e tudo de bom prá você
Cid@
dona moça, vim agradecer e me deliciei - fico freguesa.
besos
Cara Cris,
Obrigada pela visita e por estar acompanhando o Nudez Poética. Para mim, uma honra! Seu espaço é lindo! - Desde o título, um show de bom gosto.
Dueto afinadíssimo! Parabéns a você e ao Jorge, poeta que sigo e admiro!
Abraços,
Lou
Olá, Cris.
É uma delícia estar aqui no seu espaço (que a propósito, ficou lindo).
O que posso dizer é que vcs formaram um dueto incrível!
Parabéns aos dois pela belíssima composição.
Tenha um lindo fim de semana.
Beijos
Patrícia Lara
Saudade de você e do Trem da Lira... A beleza continua morando aqui e você trata bem dela.
BeijooO*
Cris, depois de ler esse poema tão belamente tecido a quatro mãos (inda mais em par com o querido poeta Jorge), confesso que já havia virado sua fã.
Agora aqui, lendo outros versos tantos...
ah, vou me deixar ficar
beijos
cris, conheci o poema "A du(r)as penas" no blog do grande poeta Jorge Pimenta, adorei as vossas vozes! E foi um prazer conhecer o teu Trem da Lira, refrescante e novo para mim!
Beijinho lunar :-)
Agradecido pela visita ao Rembrandt...
Gostei muito do seu espaço
retornarei com frequência
abraço
Maravilhoso sempre, minha amada!
Beijos,
Moon
Perfeito em cada detalhe.
beijos
q fotinha mais obscena, chica... muchas risas...
*como é fazer um poema em parceria?
Ler tua poesia é navegar azuis.
É ver o sol das palavras a iluminar
o céu da boca entreaberta a murmurar a ausências,
lágrimas do amor.
Olá, Cris!! Lindo seu post. Suave e forte ao mesmo tempo.
BeijooO
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