quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Síncope

(Salvador Dali)


no travo da madrugada
a cisma arcava
sua casca

o florete do silêncio
forçava o bumbo
dos seus grifos

em ira sufocada
o tinto em si
trilhava

no trago da madrugada
a cinza armava
sua cava

o falsete do silêncio
forjava o chumbo
dos seus giros

em mira sincopada
o tiro em si
trincava

(Cris de Souza)

24 comentários:

Unknown disse...

Sobrenatural!
Aqui, só me resta aplaudir...

Te amo, poetisa poderosa.

Beijos.

Unknown disse...

“Sou eu mesmo,
a charada
sincopada

Que ninguém
da roda
decifra

nos serões
da província.“

(Teu timbre)

brain em braille ,poesia contra o tempo disse...

perfuratriz de tímpanos desavisados,
atriz a galope,hipnose pra aguentar a apócope...envereda nos espinhos
pra despertar o fato...
de fato és única..parabéns!!

Domingos Barroso disse...

Poema suntuoso:
alvorada de clarins
e revoada de pássaros.

Todos extasiados pela grandeza
dos versos.

Carinhoso beijo.

Pólen Radioativo disse...

Menina...

...E uma febre vai tomando conta do sangue...

Adorei!!!

Beijos.

Unknown disse...

versos que ecoam, estalam, acordes sinfonicos,


beijo

Daniela Delias disse...

Cris, falas de uma "bailarina" do lado de cá...te digo que aqui mora o maestro...teus poemas bailam dentro de mim! Lindo demais. Bjos!

Machado de Carlos disse...

Certas vezes perdi a memória. Ela voltou assim que acordei. Eram pancadas que me deixaram em coma profundo. São coisas do quotidiano. Devemos aprender com as síncopes do dia-a-dia.
Procuro não correr pelas vias escuras.

AC disse...

Na fragmentação das coisas, o silêncio estarrecia perante a eloquência das palavras.

Beijo :)

Valéria lima disse...

Há silêncios de admiração diante do belo.

BeijooO'

Pâmela Grassi disse...

Cris,

No trago deste teu poema,
o espanto sincopado diante dos escritos,

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Cris,

como sempre, surpreendentes teus versos!

Zélia Guardiano disse...

Lindos, lindos os teus versos, Cris!
Adorei!
Beijo

Anônimo disse...

Vc e Dalí nasceram um para o outro.

Linda, vc é incrível!

Beijo, ótimo fim de semana para vc.

Úrsula Avner disse...

Oi minha linda,

poema de tirar o chapéu e o fôlego... Faz jus ao nome. Bj.

O EMBRIÃO disse...

AS PALAVRAS PARECEM FAZER FILA PRA TI...
-ESCOLHA-ME...VEJA SE SIRVO PRA TI!DIZEM TODAS AS PALAVRAS...
E VOCÊ COM MAESTRIA, NÃO FAZ RIMAS, MAS AS FAZEM IRMÃS...
E SUA SONORIDADE ME ENCANTA...NOS ENCANTA...POETA!VOCÊ É PERFEITA!

BJOS

LUPI POETA

Nocturna disse...

Amor, ler-te exige degustação... pede paz(ciência), e releio... sem pressa. São preliminares que antecedem minha ânsia por mais e mais...
TE AMO MUITO MESMO.

A.S. disse...

Cris...

Uma pintura de Dali feita poema!

BjO´ss
AL

Nilson Barcelli disse...

Gostei da poesia que li no teu blogue.
Parabéns.
Um beijo.

malu disse...

Nossa! Quanta inteligência neste poema!
Incrível a profundidade!!!!
Parabéns amiga
Bjos
Maria lucia

Lisarda disse...

Poesía em sutil metamorfose, metamorfose em intervalos, intervalos em orvalho, orvalho feito poesía.

Jorge Pimenta disse...

cris,
esta lira não desarma. não persegue o encantamento dos sons e dos ritmos; ela instaura o som e redimensiona o ritmo em poesia, ao mesmo tempo que cavalga sobre crinas desnudas onde os sentidos tocam as montanhas e os vales mais recônditos que possa haver dentro de cada um de nós...
aplaudo de pé!
um beijinho, poeta-amiga e companheira de versos mil!

Pedro Melo disse...

esse poema é demais!!!
a realidade é forte.

Marcelo Novaes disse...

Cris,




Trem da Lira: trilhos e travos [abrindo brechas].






Um beijo.