terça-feira, 5 de outubro de 2010

Agouro

havia
uma dura
ponte

de madeira
quebradiça

e o destino
encarnado 

por um fio
raivoso  

havia
uma pura
fonte

de margem
movediça

e o destino
enramado

por um rio
rochoso

(Cris de Souza)

22 comentários:

Daniela Delias disse...

Quanto ritmo...lindo, lindo!!!
Bjos, amiga querida!
;)

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Cris, tua forma de rimar, saltando uma ou duas estrofes sem perder a musicalidade é única... você começa lendo e termina cantando... belo e musical! ;) Bjs, menina! :)

João A. Quadrado disse...

[em toda a margem, na dupla margem do mundo, em nós habita o nó duma terceira: o corpo que se refaz como a margem primeira do rio, nascente e foz... a breve maré da poesia]

um imenso abraço, Cris

Leonardo B.

Domingos Barroso disse...

Dualidades
arrebatadoras
...

(tu tens um envolvimento
tão particular com as palavras
que me causa fraturas nas vértebras)

Carinhoso beijo.

Tania regina Contreiras disse...

É todo ritmo e belo!
Beijos

Cida disse...

E temos que vencer o medo
Atravessar a ponte
Vencer o rio
Prá ir de encontro ao sonho.

Paz e bem prá você, poeta!

Cid@

Unknown disse...

segue o ritmo que flui em fio d'água, melodioso

beijo

Pâmela Grassi disse...

Cris,

Parafraseando o Francismo, a tua musicalidade é ímpar.

E nestes meios que aparentam vida, mora a contradição.

Um beijo,

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Rítmo, poesia e beleza... perfeito!

Pólen Radioativo disse...

E por ela passo... (ponte)
E nela caio... (fonte)
E meu destino é amarrado às correntes do rio...

Minha linda... Um beijo grande!!!

Valéria lima disse...

Sua imaginação não tem limites. Fico sempre encantada quando passo por aqui.

BeijooO*

Zélia Guardiano disse...

Lindo demais, Cris, como tudo que escreves...
Lindo demais!
Grande abraço, querida!

Anônimo disse...

O destino, sempre como açoite, no meio do caminho.

Beijo, linda.

Unknown disse...

Ao destino agradeço, por termos esbarrado.
Você é demais, não tem pra ninguém, meu bem!

Beijo, dona da lira.

Unknown disse...

A mais bela ponte
construída no planeta
é a distância
entre um olhar e outro

(Prata)

Machado de Carlos disse...

Querida Amiga;

Realmente suas palavras encantam. Fazem-nos pensar.
Imagino uma ponte muito perigosa. Difícil de passar em cima dela. Quase sempre cheia de defeitos. Balança. Ela cai. Ela levanta. Enfim temos que ultrapassá-la.
Mas esta ponte não tem hora marcada para cair.
Esta ponte chama-se Vida.
Muitíssimo obrigado pelo comentário em minha postagem Teatro da Vida. E nós vivemos neste Teatro até que as cortinas se fechem.

Jorge Manuel Brasil Mesquita disse...

Por vezes, o destino é um tempo de destroços. Apanhá-los, um a um, é restituir a vida à vida
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 07/10/2010

Anônimo disse...

a gente tem que atravessar a ponte, perder o medo...o medo do "agouro"...
lindo demais!
bjossssssssssss

AC disse...

Dura ponte, quebradiça
Pura fonte, movediça
Rio rochoso: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Já se vislumbra o destino?

beijo :)

Anônimo disse...

Cris, destino por vezes não segue o mesmo que nós.

Um poema inteligentíssimo, cheio de nuances a "enfrentar".

Beijos.

Jorge Pimenta disse...

entre a ponte e a fonte... nem a água estanca a corrente dos versos.
um beijinho, poeta amiga!

JB disse...

Gosto de beber a água da fonte dos seus versos...
Gosto de caminhar na ponte onde as palavras me trazem até aqui...

Se a fonte secar e a ponte quebrar... direi que nos seus versos renasci :)

Beijinhos, poetisa!