segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Odisséia

(Pesare, falling leaf girl)


procuro a casa e os epigramas
que dividem toda a esfera
alimento-me de morangos e neve
que crescem na ficção das coisas
até porque o diamante duro
nem sempre rasga a superfície do ser.

o caminho?
a certeza
que nem todos os dias sabem apagar
talvez por isso as estrelas cadentes
ainda batam à tua porta.

procuro a casa e os criptogramas
que distinguem todo o emblema     
alimento-me de mascavo e pele
que cravam na fração das coisas     
até porque o destino duro
nem sempre rende a artificie do ser.

o carimbo?
a clareira
quem nem todos os dias sabem afagar
talvez por isso as estrelas carentes
ainda beijem a tua porta.

(Cris de Souza & Jorge Pimenta)


 (Bjorck, pagan poetry)

23 comentários:

Breve Leonardo disse...

[plano cartográfico para o coração que não se quer em forma de ilha]

um imenso abraço, Cris

Leonardo B.

Jorge Pimenta disse...

é a demanda que ajuda a definir os corntornos do rosto e as linhas das mãos. lado a lado, em português com e sem sotaque, numa odisseia que se completa a uma só voz (mas nunca de uma só vez). gostei de mais este movimento, parceira de lira segura.
um beijinho!

Anônimo disse...

Vcs são tão bonitos juntos que o sorriso brota assim, fácil!

Beijo em cada um, e parabéns por essas parcerias que nos enlevam!

Domingos Barroso disse...

Não existe outra perfeição
senão as mãos e almas de
Cris de Souza
e Jorge Pimenta.

Ei-las traduzidas ao meiofio: córregos de águas mansas
que levam um barquinho
de surpresas
e palavras.

Beijo carinhosamente a poetisa
e abraço fortemente o poeta.

Pólen Radioativo disse...

Cris, minha flor...

Minha ficção maior é crer que tua poesia sempre flerta com meus olhos.

Que viagem linda com a companhia de estrelas cadentes e carentes a beijar-me o sorriso.

Beijo aos dois com gosto de "morango e neve".

Anônimo disse...

QUE LINDO!
Sempre leio e releio teus posts para absorver melhor tanta coisa boa!
bjosssssssss

Unknown disse...

estes poemas a quatro mãos são ótimos,

parabéns

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Belos versos

lindo...

"...talvez por isso as estrelas carentes ainda beijem a tua porta."

Adorei

Gustavo disse...

Li, reli e me rendi aos versos tão bem construídos e convidativos ao que, somente a poesia pode proporcionar.

Parabéns aos dois por essa linda poesia e valorosa contribuição.

Abraços!

Daniela Delias disse...

Esses encontros são tudo de bom!!! Coisa boa é pegar esse trem da lira pra viajar em luz e sombras por aí!Que bonitos vocês! Bjinho...

Cida disse...

Já disse ao Jorge, e repito aqui:
Uma dupla imbatível, é o que vocês são. Amei!
Imagino que deva ser bem difícil fazer um poema a quatro mãos, mas vocês nos passam como se fosse uma coisa tão natural como o respirar.
E é por isso que fica tão lindo!
Os morangos, ao invés de chantily, são cobertos de neve. As estrelas cadentes, são também carentes... Puro encantamento!...:)

Jinhos da Cid@

Marcantonio disse...

Quatro mãos, digitais semânticas que não podem ser recolhidas de uma escrita que parece una... E bela.

Mais um exemplar bem sucedido de uma experiência-processo que sempre me deixa surpreso e admirado!

Beijo.

JB disse...

A estrela que beijou a porta deste poema entrou na clareira mais azul e alimentou-se, desafiando o paladar do verso num púrpura tão intenso e sensual que "raga a superfície do ser.
Não sei de onde cresceu este "diamante", por lapidar, que está para lá/cá desse sabor-poema... talvez o brilho de uma estrela carente avistada na fracção de um afago; talvez o brilho de uma estrela carente refugiada na candura de uma neve fria... que importa, desde que vislumbre a sua luz numa qualquer porta!
Morangos, adoro! A neve, o delírio dos meus sentidos! Por isso é deliciosa esta contrução poética!
Parabéns dupla poética!

Beijinhos

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Waw! Parceria da boa! Amargor mordaz da sátira que procura é ficcional e pode rasgar mais que a acuidade do diamante... a realidade nem sempre encanta ou corta fundo o suficiente pra trazer à tona os necessários ais da catarse... mágico e preciso!

Valéria lima disse...

Sempre uma leitura prazerosa.
Se tu sobreviveu a isso tudo, é porque mereceu...

BeijooO*

Pâmela Grassi disse...

Cris,

Caminhos que se fazem do encantamento do (re)encontro e desabotoar de possibilidades,

Clap, clap, clap.

Beijos, querida!

Paulo Jorge Dumaresq disse...

Ah, Cris como eu queria que as estrelas carentes e cadentes beijassem a minha porta.
Poema supimpa.
A-m-e-i!
Bjks, poetisa.

Anônimo disse...

Cris, minha Flor! Que bom vê-la por lá de novo! :)

Esse magnífico encontro eu já havia comentado lá no blogue do Jorge... e nem havia percebido que se tratava de um dueto (que vergonha!)... rs

Mas é que vcs dois estão tão em sintonia, que não dá pra saber onde começa um e termina o outro... um luxo! Puro lirismo! Adoro vcs!

Beijos e sigo-te!

Batom e poesias disse...

Essa parceria ainda vai render um livro...
Entremearam-se de tal essência que mal se sabe onde está cada um...

Cris, tem um "desafio" e um presentinho para você lá no meu cantinho.

Bj
Rossana

Lídia Borges disse...

"procuro a casa e os epigramas
que dividem toda a esfera
alimento-me de morangos e neve
que crescem na ficção das coisas
até porque o diamante duro
nem sempre rasga a superfície do ser."

Uma viagem pelos meandros do maravilhoso, um texto para guardar na caixinha das coisas perfeita.

L.B.

Valeria Soares disse...

Lindo!!!

afonso rocha disse...

AMO OS DOIS!!!!
Adoro lê-los...
...que belo casal!!!!!
Eu apadrinho!

afonso rocha

Unknown disse...

Vocês dois juntos são imbatíveis!

Clap, clap, clap.

Beijos nos viajantes.