sábado, 23 de abril de 2011

O Trem da Lira


(para todos os viajantes)


 (Tarsila do Amaral)



para todas
as palavras
que solfejam
na fuga

[se arranja
o verso
no vagão

a lira 
tem lugar
reservado
    no trem     
    desencontrado  

para todas
as palavras
que sobejam
na fuga

[se arranca
o verso
do vagão

a lira 
tem lugar
revelado
 no trem  
  descarrilhado


(Cris de Souza)

30 comentários:

Valéria lima disse...

Linda imagem, poucas e belas palavras. Medida exata. Parabéns.
BeijooOs

Domingos Barroso disse...

e é uma viagem a cada palavra
deslumbramentos
...

beijo carinhoso,
crisântemo.

Unknown disse...

e eu desgovernado no trilho de tanto verso,


beijo

Marcantonio disse...

A palavra é passageira em fuga nos vagões que são os poemas ligados num trem que é a viagem existencial do poeta? Ora cantam ordenadas, ora se acotovelam no excesso do vagão superlotado? Ou seria o trem o poema e os versos os vagões? Então, o que seria o poema descarrilado (ou o trajeto acidentado do poeta)? Arrancar o verso do vagão é cortá-lo por excesso ou simplesmente não encontrá-lo a tempo?

Mas, parece que entre o desgoverno veloz do desencontro e o acidente de percurso , a lira prevalece ilesa, como se fora ela os próprios trilhos que ligam todas as estações da paixão ou da vida.

Beijo, Cris.

Úrsula Avner disse...

Oi amiga, a lira tem lugar definido e vasto aqui neste seu cantinho adorável... Pura poesia. Beijoca.

Wania disse...

Cris

... e eu sigo trilhando a tua bela poesia!


Bjs e uma feliz Páscoa!

Celso Mendes disse...

Tuas palavras sempre têm lugar no verso e no vagão. Sabe manobrá-las com maestria com rearranjos de curso de tal forma que sempre atingem seu objetivo: fazer poesia!

beijo.

afonso rocha disse...

Sempre qb !!!

è sempre um enorme prazer...passar por aqui !!!!

Beijo, amiga!!!!

afonso rocha

Anônimo disse...

uma viagem no trem da lira
é um maravilhoso passeio
percurso. identidade

beijo Cris

Luiza Maciel Nogueira disse...

a lira vai voar pelo jeito

:)
bjs

Anônimo disse...

Genial, irreverente, criativa! Esta é vc, sempre!

Beijo.

Jorge Pimenta disse...

a maior das viagens faz-se nos trilhos do desconcerto, onde todos os erros são meias verdades.
abraço, querida amiga!

Machado de Carlos disse...

... E a lira viaja com os olhos nos olhos!

Fátima disse...

E eu tenho viajado
na lira.
Um bj Cris!
Com carinho
Fátima

Ricardo Valente disse...

muito tri, maquinista!
bjo!!!

Zélia Guardiano disse...

Lindíssimos versos, Cris!
Ouço até o ritmo acelerado do trem que deixei lá longe, perdido na minha remota juventude...
Bravo, querida!
Abraço.

Batom e poesias disse...

"Ai seu foguista
Bota fogo na fornalha
Que eu presciso muita força
Muita força
Muita força..."

Bjs
Rossana

Wilson Torres Nanini disse...

teu trem adeja a meio-milímetro do trilho.

Pudesse ter um trem assim! Os meus me metem insônia.

Abraços!

Rico Salles disse...

Olá, poetisa! Estou de volta aos blogs e este espaço me é obrigatório.

Vais disse...

Cris,
bacana demais!
viajei, viajei
beijos, linda

Machado de Carlos disse...

A Lira (de Orfeu) contagia!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

A ler de sobejo a lira.... ;) Belo!!!

Fred Caju disse...

Poema-título avassaldor! Tem que ir para a barra lateral e ficar lá sempre.

Paulo Jorge Dumaresq disse...

Vamoas brincar de colocar a cabeça no dormente enquanto seu trem não vem?
Esse trem seria o da morte? Ou o da vida?
Belo, belo.
O seu espaço é um vagão abarrotado de ótimos poemas.
Bjs e bjs na alma, moça bonita.

Paulo Jorge Dumaresq disse...

Crisálida, acrescento que a obra da Tarsila é simplesmente exuberante.

Pólen Radioativo disse...

Fada,

Tuas palavras e nossas viagens são o ser e a arte da Lira. E este Trem é o que de melhor carregamos na mochila.

Beijos por todos os encantos da estrada.

Vais disse...

O trem passou, eu fiquei na estação, mas um vagão levou um beijo.

Renata de Aragão Lopes disse...

Que bonito!

Beijo,
Doce de Lira

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Cris,
Penso, e às vezes sinto, que todo poema é umtrem descarrilhado, descarrilado, desgovernado...

Abraço desilhado,
Pedro Ramúcio.

Weslley Almeida disse...

Que maravilha... É muito bom encontrar esse trem bão de poesia! :]
Extasiei com os versos finais!
Grato pela passagem em Le-Tranças.
Abraços!

(p.s. Ah, tem espaço num vagão aí p/ mim...? vou me encaixando...)