(um poema bestificado)
Parto pela porta
- Porta que embaçastes
Como se fosses
Tu que me abominasses
Com o toque das mãos?
Sem situar a omissão,
Suspeito da lente
Encardida:
Vejo vozes sacudidas
Vaiando por trás do andar
Da despedida
Parto pela porta
- Porta que excomungastes
Como se fosses
Tu que me abandonasses
Com o terço nas mãos?
Sem saber a oração,
Suspeito da frente
Espremida:
Vejo vozes suicidas
Vivendo por trás do altar
Da despedida
(Cris de Souza)
(Elis Regina, atrás da porta)
30 comentários:
Minha querida
Como sempre um poema que é uma oração à poesia...é num adeus que as mãos ficam vazias...os braços sem nós numa
porta para o vácuo.
Deixo um beijinho com carinho
Rosa
É ótimo ouvir o trem passar e embarcar de novo nesta viagem, um beijo saudoso.
esse poema deve ser ornado
com folhas de louro
e de ouro.
Esplêndido.
Beijo carinhoso,
Crisântemo.
nunca é fácil dizer adeus no tempo certo e deixar ir quem precisa, eita.
beijos Cris
a deus o adeus teu, a teu adeus ateu
beijo
Ai, nem sei que dizer, mas se doí, passa, se arde refrigera, e se Deus é Deus, dá vitória. Beijos no teu coração.
Selvagemente romântico. Dramático como o bater das portas. Simples como o bater das portas! Adorei :)
beijoss
Doloroso e lindo. Há essa beleza também no adeus...
Bjos, Cris querida!
Mãezonaaaaaaaaaaaaa... sou apaixonada pelas tuas palavras...
Oi minha linda, belo e profundo poema como de costume... Sua escrita me encanta sempre. Beijo.
Poema tão forte!
Tão tenso!
Tão lindo!
E ainda de quebra, matei saudades da nossa eterna Elis...
Obrigada por isso, menina poeta.
Beijo :)
Cid@
Geralmente o adeus tem fé no retorno, na vida depois da ida; ele é muitas vezes um falso cético, acena para o até nunca mais, sonhando com o sempre aqui.
Beijo.
Forte poema, Cris!
Belo, muito belo.
Beijos
Cristina
Uma lindeza, Cris. E com esse fundo musical, faz-se presente a voz suicida. Duas lindezas.
Beijo beijo.
O Adeus insiste em divagar pelo espaço. Perturba nosso estado mental!
Onde o inquisitivo não é Inquisição. Sensíveis versos, Cris, meus parabéns!
Um bom domingo, saudações literárias.
Ia dizer parecido com o que Assis disse, mas como ele fez melhor do que faria, vou me limitar a uma palavra: BRAVO!
- despedida despi de idas
um coração que nunca é a teu
sempre é a teu.
a teus corações, um beijo
(aqui qdo leio: toda certeza interroga!)
obrigada o cometário.
bjo
Cris,
tua poesia toca...
Sim, podemos dizer que a analogia é perfeita.
O poema intenso e o vídeo da ELIS soberbo.
Quanta sensibilidade numa única postagem.
Lindo demais.
Abraços
Cris, o "adeus" é quase sempre um crente (que tem volta).
Belíssimo poema, querida.
Não consigo comentar lá no "Válvula"´, mas queria deixar registrado que também adorei o "poema de poro aberto".
O que é que você escreve, que eu não adoro?
bjcas
Rou rou
Belo poema! Muito bom gosto ter posto a interpretação de Elis a esse clássico de Chico.
Muita Paz!!!!
todas as portas foram feitas para serem abertas. mesmo que do outro lado da despedida.
a propósito de "adeus", escrevi há muito tempo um "adeus":
Talvez não saiba
escrever a palavra "adeus"...
ao traço frágil
sobrepõem-se
matizes coloridos
que compelem
o aparo e a memória
para a doçura dos frutos
que mordemos
Talvez não saiba
escrever a palavra "adeus"...
temo
o sol sem luz
e o luar sem pausa
que se escondem por detrás dos caracteres
Talvez não saiba
escrever a palavra "adeus"...
ainda que seja cedo para o mundo
e talvez tarde para nós..."
beijinho, amiga de lira preciosa!
Magnifico poema!
Beijos!
Magnífica construção poética.
Um clima perfeito, poema e música.
Beijo com carinho.
Mas ela se foi num adeus sem volta. Mas sem volta? Quer dizer que o amor terminou? Então nunca houve o amor. Ela era de Pedra. Assim como ela rolou a pedra também rola. É questão de tempo. O tempo é dono do punhal fatal.
Cris
Quantas vozes atrás da porta...
Não é fácil traduzir o silêncio de um adeus!
A-m-e-i a tua poesia!
Bj grande, amiga!
que lindo, gente.
Eis a questão sine qua non no aqui agora? Se é ateu só saberemos no
adeus.
bj
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