(René Magritte)
LATIM DE LONGA DATA
feito um romance
que ficasse em aberto
e perto do peito
desperto
feito um romance
que ficasse em aperto
e parte do peito
deserto
por ser lento por dentro:
sem temer desde cedo?
por se lido por dentro:
sem temer o desfecho?
ERA OUTRA VEZ NO MEIO
pelo andar
da carruagem
a paisagem
parece abóbora
embora o sapo
que pensa ser príncipe
(não perca a hora)
conte outra história...
PALAVRÃO
narra dor
marca passo
na palavra
palavra
da boca
pra fora
mancada
palavra
da boca
pra dentro
marcada
palavra
que o peito
no meio
dispara
palavra
desde a página
virada
desde a pá virada
pela palavra leitor.
(Cris de Souza)
14 comentários:
à moda da casa, pois, pois
palavras temperadas e recheadas, um coser ou cozer, o leitor decide,
beijo
Demais esse primeiro, sem desmerecer os demais.
Cris, só o nome do primeiro poema já é um espanto de lindo.
Amei...
Bjo, poeta querida!
O segundo poema é realmente incrível!
Demais Cris, é sempre um delírio te ler :) bjo.
Dentro do peito o livro é ainda mais.
Lindo poema!
Abs., bons caminhos...
O terceiro, amei! lindos!
Sua palavra sempre marca ponto, romanceada, atira-se sem temer. Como gosto disso!
Ótimos, todos os três.
Beijo.
gostei de tudo mas o primeiro....
das coisas que ficam à espreita, fantasmas dentro do peito como purpurinas e no entanto talvez
1 plasma - gosma que causa tosse se expelido e bronquite aguda da alma se não expelido
plasma gosma do sapo que não sabe pular em pedras -
Cris, você é meu LSD - na boa.
I
como sou atrevida e me faço passageira assídua deste trem, me permiti ler o primeiro texto assim:
LATIM DE LONGA DATA
[este poema não fecho]
feito um romance
que ficasse em aberto
e perto do peito
desperto
por ser lento por dentro:
sem temer desde cedo?
[neste poema não mexo]
feito um romance
que ficasse em aperto
e parte do peito
deserto
por se lido por dentro:
sem temer o desfecho?
assim,digo que tua condução deixa a via da leitura repleta de cruzamentos... desse modo, se torna uma aventura e tanto viajar por aqui!
II
conto outra história, sim... desde que me sirva algo melhor pra beber que cajuína...rs!!
III
Ameeeiii!!!
o bom poeta é aquele que lê melhor que escreve, hum!?
Beijinho, Cristigresesfinge!!
Sabes que imagem me vem a cabeça quando te leio?
Um exímio malabarista... jogando pro céu e amparando as palavras que caem, sempre perfeitas, nas mãos.
Bj imenso, Cris
são assim as palavras maiores: palavrões. as tuas: imensas. mesmo sem narrador há uma dor que se narra.
beijos, cris!
Como um mágico
embaralhando cartas
vai descartando palavras
e depois de um enfoque magistral
mais uma letra,mais outra, um toque final.
a tua grandiosidade poética ainda me salva
e basta retornar ao teu trem
para que eu sorria
além e bem próximo
...
beijo carinhoso,
Crisântemo.
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