sábado, 13 de julho de 2013

CANTO DOS CÂNTAROS

(Salvador Dali)



Quem é você
Que cheira a erva
E pele na pele
A seiva segreda?

Quem é você
Que beira a loucura
E fresta por fresta
Sente a frescura?

Deflora o veneno
No afago que devora

Desfolha o sereno
No trago que demora


(Cris de Souza)

*Poema reeditado

6 comentários:

Domingos Barroso disse...

a libertação vem do êxtase
sobretudo da magia
dos versos...

bravo!

Ira Buscacio disse...

Crikaaaaaaa! esse negócio de cheirar a erva e segredar seiva, pele na pele, é coisa de bruxa que carrega a magia nos dedos.
Poemaço fodástico

bj grande, meu

JAIRCLOPES disse...

Limerique

Quem é esse caminhante sereno?
Que na vida traça um vetor ameno
Cuja mente flutua
Com os pés na rua
Enquanto se embriaga de veneno?

José Carlos Sant Anna disse...

Quem é você? Mas este diálogo não pede resposta, nem perde a resposta, pois está no ato de fruição do poema, está no ritmo da realidade fundada, na falta de fôlego; o leitor descobre que é na semântica dos versos que está a resposta quando recupera o ritmo da respiração. Poemão!
Beijos, Caríssima!

Joelma B. disse...

Tão cristal esse poema!!

Beijo!

Fábio Murilo disse...

O melhor que podia ser.