Torço a língua
Pra desmedir as palavras
Enquanto os verbetes
Sobejam intervalos
Dublando o impuro
O traço obscuro
Troveja na fossa
E traz veia exposta
Dentro da mordaça
Rasgando embaraços
Nos ínfimos bagos
Torço a língua
Pra despedir as palavras
Enquanto os falsetes
Solfejam abalos
Driblando o apuro
O trago escuro
Traceja na bossa
E faz vista grossa
Dentro da vidraça
Rangendo estilhaços
Nos íntimos cacos
(Cris de Souza)
25 comentários:
Oi, Cris, querida!
Mais uma vez vc arrasando nos versos! Maravilhoso este poema! E, vindo de vc, não poderia ser diferente, né?
Beijos,
Patrícia Lara
Bem mais que contorsionista, és uma artista completa!
Por isso te aplaudo na fila do gargarejo.
Beijossssssssssss!!!
que coisa dentro das coisas
Cris...
Gosto muito da tua poesia! A tua espressão poética é um permanente desafio ao desvendar das palavras!
Um beijo Poeta!
AL
Olá querida,
seus versos esbanjam lirismo em esmerado arranjo, onde imagens poéticas tecem um canto envolvente e lindo. Bj com carinho e obrigada pelas amáveis palavas em meu cantinho.
Úrsula
Cris, palavras desmedidas, mas bem colocadas. Teu poema contorce sim. Adoro esses furacões líricos. bjs.
na língua um terço a desfiar,
beijo
Lindo Criz!
bjussss
é um mundo multicor! A vidraça obedece plenamente.
Cris, a contorsão é de quem lê, para abocanhar todos os versos, perdendo-se aqui e ali, tamanha a poética das palavras desmedidas.
lindo!
beijo
Menina, esse poema é de uma beleza dolorosa.Coisa de lágrima escorrendo pelo rosto, como vidraça na chuva. Os céus protejam seus belos passeios nos campos da poesia.
BeijooO
Alguma coisa contorce aqui dentro ao ler isso. Demais!
Beijos.
Cris!!!
Versos lindos demais!
Tudo rigorosamente encaixado... Poema daqueles que, quando a gente acaba de escrever, dá vontade de ficar lendo, lendo... Ad eternum...(Não é assim mesmo?)
Enorme abraço, minha querida!
Cris,
Lindo, como sempre suas palavras tem o poder de nos enfeitiçar...
Driblando o apuro
O trago escuro
Traceja na bossa
E faz vista grossa
Dentro da vidraça
Rangendo estilhaços
Nos íntimos cacos
Sempre de raras rimas, belo verso!
Um grande beijo e ótima semana!
Reggina Moon
Muito bom, como sempre!!!!
Beijos
Dobro o tempo
para não dobrar as vagas
que assolam o meu corpo dobrado
pelas estepes do vento
que se cola a esta vida
toda feita pensamento
toda espanto de não ser
o que só o mar sabe ter
e o que esta solidão
cabe onde não havia de caber
no tempo da dobragem.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 14/07/2010
etpluribusepitaphius.blogspot.com
Torce, retorce e contorce...
Eis o que Cris faz com as palavras.
Trejeito literário? Seria o que Cris transmite de seu cérebro usando seus dedos?
Apenas sei que neste trem da lira tem viajante sem jeito de comentar, olha eu aqui.
Beijo viajando.
sempre linda!
bjsss
poema bifocal, em que as emoções eufóricas se desfocam em sentidos baços, como humidade no interior da vidraça. a ideia dos "bagos" que se estilhaça em "cacos" é o epicentro desta disforia poética!
bravo!
um beijo!
Nossos blogs têm a lira em comum!
Gostei daqui!
Beijo,
Doce de Lira
Excelente texto!!!
Parabéns, belo blog...
PARABÉNS!!!
Acesse:
http://mailsonfurtado.blogspot.com
A raiva por esvair, dita em tom de música experimental...
Bjs
lindo poema e mais o "verso nosso", amém...
Oi Cris! Como não seguir esse trem? Tudo muito intenso e lindo por esses trilhos! Obrigada pela vista lá no blog, sigo-te tbém!!!
Uma poesia de gente grande!
Adorei!
Aplausos.
Beijo.
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