domingo, 31 de outubro de 2010

Penas oculares


(salvador dali)

entre as penas
escondia
suas rugas    
 
costuradas
à disfunção

das tintas
na temporada

sob as asas     
em néons
de fuga 

entre as penas 
escondia
seus lascos

costumados
à depressão

das tintas
na trovoada

sob as asas
em nuvens
de asco          

(Cris de Souza)

21 comentários:

Breve Leonardo disse...

[sólida a tinta que se constrói no peito do pássaro, apesar do rarefeito ar, rareado]

um imenso abraço, Cris

Leonardo B.

AC disse...

A estrela cadente, de tão efémera, nunca se apercebe do que a levou à decrepitude…

beijo :)

Anônimo disse...

Ah, se fosse revelado todo o segredo subcutâneo.

Excelente, poetisa!

Beijo.

Anônimo disse...

Cris, querida, amo a forma como vc tece a teia do seu poema... ela sempre me prende e nela posso morrer, que morrerei feliz! :))
Adorei!
Beijos

Helenice Priedols disse...

Embora as imagens sejam densas, sua poética é leve. Gosto muito.

Abraços

PAZ e LUZ

Úrsula Avner disse...

Oi linda, como sempre poema de alta qualidade e grande sensibilidade poética. Bjs.

dade amorim disse...

Penas, tintas, néons e fugas - são muitos os disfarces.
Um poema para pensar - gosto dele, de verdade.

Beijo.

Unknown disse...

maravilha de versos, esse teu trem delira,


beijo

Sândrio cândido. disse...

Cris, e são tantos que escondem o rosto por trás das tintas ou das plasticas.

Eder disse...

Tintas e luzes... Essa sobreposição de tons e cores, dá ao poema uma vida incrível.
Realmente, digno de tela.

Daniela Delias disse...

Quantas maravilhas se escondem entre essas penas, não? Lindo, Cris! Bjinhos!

Zélia Guardiano disse...

Versos simplesmente maravilhosos , querida Cris.
Tão profundos!
Ah, a habilidade do tempo em desfazer o que já foi...
Abraço e beijos, amiga

Gustavo disse...

Impressionantemente gostoso de ler e imaginar. Adorei, Cris.

Beijos!

Batom e poesias disse...

De alguma forma, estamos todos maquiados e escondendo alguma coisa.

Você é danada de boa!
bjcas

Rossana

Unknown disse...

Penas oculares: testemunhas do breu ou do céu...

Tuas tintas são absolutas, reinam em qualquer paisagem.

Beijo, dona da lira.

Jorge Pimenta disse...

poema polissémico, com imagens a desenhar as estradas onde assentam os olhos dos leitores e suas leituras. este delta interpretativo começa, logo, nas "penas" iniciais: disfarce, ou castigo?...
beijinho enorme!

Jorge Pimenta disse...

este delírio interpretativo não se esgota nas palavras; também o traço de dali nos projecta para lá do óbvio.
um abraço, poeta amiga!

Pólen Radioativo disse...

Penas que dissimulam quedas em vôos rasantes para o fundo de qualquer coisa.

Muito intenso, Cris linda!

Beijos e cheiros de montão!!!

Valeria Soares disse...

Intenso, profundo, sublime!!!

As essências das emoções disse...

Muito belo, te sigo e voltarei com tempo pra conhecer bem o espaço, beijinhos.

Marisa Vieira disse...

Tá tudo muito belo por aqui Cris, adorei as mudanças!