Arte: Brooke Shaden |
Acontece, há dias
Que a gente esquece
De viver
Acontece, há dias
Que a gente carece
De morrer
Dias desses de prova
Quando tudo que pesemos
Desterramos a sós
Dias desses de cova
Quando tudo que perdemos
Enterramos em nós
(Cris de Souza)
9 comentários:
dias de nenhum, nenhuma
beijo
lírico, denso,
profundamente
doce e lúcido
...
dos mais belos
que eu li
...
Sim, uma das pérolas mais reluzentes desse seu colar belíssimo, maquinista. Senti na alma. Profundamente.
Beijos,
Há desencanto no poema, sim. Embora organizado à volta desse desencanto, o poema tem um quê que o ultrapassa: é a presença das antíteses marcando o esforço de se constituir pela linguagem uma alternativa à opressão do desencanto, que é o jogo verbal. Este jogo surpreende o leitor diluindo o impacto do desencantamento que paira no texto.
Impressiona como as palavras obedecem à tua maestria!!
Poesia intuída é com cristalina!!
Beijos, amada!
Limerique
Existe dia que apenas acontece
Como se tudo demais houvesse
Há pensamento vazio
Não há sequer calafrio
Porém, a gente sente que merece.
para enterramos os dias de nossas mortes é necessário que os velemos do início ao fim.
bj, minha Crika, poeta fodástica
o que nesse poema não é lira...
DELIRA!
quem perde sempre ganha, ainda que algo para lamentar.
a perda sempre é enterrada em nós... o que é um ganho, pelo menos para a poesia :D
;*
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